A Importância do Acúcar, do Gado e do Algodão
para a Região
Todo o povoamento
do sertão nordestino, feito pelo colonizador português,
está ligado diretamente à formação e
à expansão dos ciclos do gado e do algodão.
A demanda do açúcar no mercado internacional durante
os séculos XVI e XVII determinou a expansão da cultura
canavieira na Zona da Mata e parcialmente no agreste nordestino.
Os numerosos conflitos entre
plantadores de cana e criadores de gado nas áreas ocupadas
predominantemente pelos canaviais forçaram o governo colonial
a estabelecer uma divisão espacial do trabalho: a Zona da
Mata para o plantio da cana-de-açúcar e o Sertão
ficou reservado à pecuária. Uma Carta Régia
de 1701 proibiu a criação de gado amenos de 10 léguas
da costa.
Desta maneira, as partes em
conflito passaram à coexistência pacífica. E,
por outro lado, a pecuária sertaneja se desenvolveu, pelo
menos na sua fase inicial, como uma economia de subsistência
e complementar à economia açucareira.
Foi, por conseguinte , o ciclo do gado que impulsionou o povoamento
do sertão nordestino e, dentro dele, a região do Seridó,
mediante a instalação de currais de gado.
Á medida que os portugueses
avançavam do litoral de Pernambuco e da Paraíba em
direção ao interior, tomando as terras dos índios
e nelas construindo currais de gado, estes iam recuando para o sertão
e apresentando resistências.
Em Acauã (hoje Acari),
os índios cariris e caicós lutaram bravamente contra
os colonizadores.
Somente após a vitória
dos portugueses (1697) é que foi possível o povoamento
definitivo do Seridó.
A reduzida miscigenação
entre colonizadores e os indígenas permitiu que o seridoense
descendente de famílias tradicionais conservasse um biótipo
ainda hoje bem diferente daquele dos habitantes de outras microrregiões
do Rio Grande do Norte
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